A apraxia da fala e o autismo são transtornos diferentes do neurodesenvolvimento, mas não é incomum identificá-los juntos em uma pessoa. O motivo disso é que um dos sintomas em comum está ligado à comunicação do paciente. É justamente por isso que é tão importante um diagnóstico assertivo e correto para que o tratamento ideal possa ser recomendado.
Autismo
Nesses casos, as crianças apresentam déficit na comunicação social como um todo e isso pode influenciar em um atraso na oralidade. A doença também impacta o motor da fala e pode sinalizar disartria e apraxia da fala. Entretanto, esta última condição também pode acontecer de forma externa, em pessoas que não possuem autismo — esta é a principal diferença.
Estudos apontam que cerca de 63% das crianças autistas também são diagnosticadas com apraxia. Enquanto isso, quase 37% das crianças que recebem o diagnóstico de apraxia acabam também sendo diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo mais tarde.
Apraxia
Em casos assim, a criança ainda entende a função da comunicação e ela não é impactada como um todo. O déficit neurológico afeta o planejamento motor e a formulação de frases e palavras. De forma básica, a apraxia é definida pela dificuldade no planejamento e programação espaço-temporal de sequências e movimentos.
Ou seja, na hora da produção da fala, o cérebro muitas vezes processa a informação corretamente, mas a musculatura da boca não exerce os movimentos necessários.
Em casos de dúvidas ainda, existe uma outra questão que diferencia as duas doenças: no autismo, a dificuldade de comunicação tem uma associação mais comum à interação social. Já na apraxia, é uma questão de dificuldade de falar mesmo, algo que vem da própria musculatura.
Sintomas
Os sinais costumam aparecer logo nos primeiros 3 anos da criança. O primeiro alerta acontece quando o bebê balbucia muito, mas não consegue pronunciar sons que lembrem vogais. Além disso, existem outros sintomas que podem sinalizar os pais da necessidade de verificar o que está acontecendo:
- Atraso no desenvolvimento da fala;
- Discurso de difícil compreensão;
- Dificuldade motora na língua;
- Dificuldade motora para mastigar;
- Dificuldade na pronúncia de várias palavras.
Diagnóstico
O diagnóstico de apraxia da fala sempre é muito complicado na infância, especialmente por ser um problema que aparece como sinal de outros transtornos do neurodesenvolvimento. Seus sintomas normalmente são confundidos com coisas como: atrasos na aquisição da linguagem, autismo e atrasos globais do desenvolvimento.
Entretanto, existem algumas coisas que apontam para isso e há testes específicos usados por fonoaudiólogos para identificar qual é a área do desenvolvimento do motor de fala que apresenta mais dificuldades.
Tratamento
O acompanhamento constante com fonoaudiólogos é essencial e, em alguns casos, é importante a presença de terapeutas ocupacionais compondo a equipe multidisciplinar. Cada caso tem o seu nível de gravidade, mas o importante é manter este acompanhamento em uma rotina periódica. Nele, a criança pratica sílabas, palavras e frases, a fim de sempre diminuir os impactos do déficit.
Os resultados são sempre no longo prazo, mas as chances da melhora da criança são muito altas, especialmente se ela tiver uma atenção especial dentro disto.
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