Problemas no desenvolvimento social de uma criança são sinais de alerta para os pais. Normalmente, um dos primeiros pensamentos é de que isso pode ser um sintoma de autismo, mas nem sempre é o caso. Existe um problema muito mais comum que tem suas raízes em um transtorno de ansiedade: o mutismo seletivo. Ele consiste, basicamente, em problemas no desenvolvimento normal da linguagem. E muitas vezes não é diagnosticado porque a criança fala bem com os pais e familiares próximos, mas não consegue conversar com pessoas externas a esse círculo.

Pensando nisso, hoje resolvemos te explicar melhor como funciona essa espécie de mutismo, como identificá-la nas crianças e como tratá-la. Confira:

Primeiros sinais do mutismo seletivo

A condição costuma aparecer bem cedo, ainda entre 2 e 4 anos de idade, mas, na verdade, o normal é que seu diagnóstico só aconteça mais tarde, entre 5 e 6 anos. Os primeiros sinais aparecem na integração da criança na escola, quando professores ou outros funcionários percebem uma dificuldade de adaptação e familiarização.

A partir disso, é necessário buscar ajuda e entender de onde vem esse quadro de ansiedade. Inclusive, isso é bem importante: compreender que é um problema com razões psicológicas envolvidas e que não tem relação com autismo.

Investigando o problema

Antes de mais nada, a escola tem um papel fundamental, como já foi mencionado. Lá é normalmente o primeiro contato sistemático que seus filhos têm com o mundo. E é lá que as pessoas podem identificar os primeiros sinais de problemas de comunicação. Depois, é hora de fazer alguns exames que ajudem a descartar causas clínicas e orgânicas que possam atrapalhar o diagnóstico. Isso ajuda até mesmo para que não haja uma confusão com o transtorno do espectro autista.

Lembrando que esta condição pode causar até mesmo sofrimento na criança, prejudicando suas relações interpessoais e seu desenvolvimento social. Além disso, alguns outros problemas físicos podem acompanhar esse quadro: infecção urinária, por exemplo, já que a criança não consegue dizer para a professora que quer ir ao banheiro.

Tratamento

O médico precisa confirmar ou negar outros diagnósticos, antes de mais nada. Isso porque o mutismo seletivo pode ser acompanhado de outros problemas como déficit auditivo e gagueira. Além disso, é necessário um check-up mental para a confirmação de quadros de ansiedade social, depressão, ansiedade ou transtornos do neurodesenvolvimento.

A partir disso, o tratamento pode começar. Ele se inicia com psicoterapia cognitivo-comportamental, incluindo exposições sistemáticas, exercícios para controle de ansiedade e, de acordo com a gravidade do caso, pode haver a indicação do uso de remédios.

Uma coisa importante de mencionar é que este problema precisa ser tratado. Do contrário, o transtorno pode piorar — não só física, mas mentalmente. Outro cuidado necessário é com a saúde psicológica da criança, até porque crianças com mutismo seletivo têm mais chances de desenvolverem outros transtornos de ansiedade quando adultos.


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