É fato que a discussão sobre o transtorno do espectro autista (TEA) ainda é bem restrita, especialmente quando se tratam de adultos. Isso porque o maior foco que as pessoas dão, quando falam do assunto, é nos impactos que a condição tem sobre crianças. Entretanto, autismo é uma condição para toda a vida e é fundamental entender como ela funciona em cada fase.

Além disso, existe uma grande camada de desconhecimento quando se fala do diagnóstico tardio do autismo. E engana-se quem pensa que isso não acontece. Por isso, hoje vamos falar um pouco mais sobre os impactos de um diagnóstico de autismo que acontece apenas na fase adulta na vida e como essas pessoas devem lidar com isso.

Entendendo o autismo

Antes de mais nada, é importante uma definição não apenas sobre o que é o transtorno de autismo, mas também sobre o que ele não é. Apesar do que a maioria das pessoas pensa, o TEA não é uma doença. Em vez disso, é caracterizado como uma variação do funcionamento do cérebro. Ou seja, é um transtorno do desenvolvimento neurológico, com sintomas que costumam aparecer logo nos primeiros anos de vida.

Esses sinais são, principalmente, déficits na comunicação, sociabilidade e interação, e presença de comportamentos restritivos e repetitivos. Tudo isso em menor ou maior intensidade. Caso você queira entender melhor como funciona o autismo, vale a leitura desse nosso outro artigo, que conta tudo sobre a condição.

Diagnóstico tardio

Em casos assim, normalmente existe um padrão: são pessoas que apresentam os sintomas de forma mais leve e são vistas como tímidas ou com algum tipo de dificuldade social menos exacerbada. É por isso que o diagnóstico acaba sendo atrasado. E tem mais: as mulheres costumam ser as mais afetadas por este atraso no reconhecimento dos sinais.

O motivo disso é que o cérebro feminino é, por natureza, mais social e com maior capacidade de empatia e habilidades sociais. Portanto, os alertas do TEA podem ser mascarados, culminando em um diagnóstico tardio. Na verdade, existe um comportamento chamado masking, que se trata de uma tentativa de esconder as características do autismo e precisa ser vista com atenção. Ela acontece quando a pessoa quer ser aceita em um ambiente ou entre um grupo e, para isso, esconde seus sintomas.

A importância do diagnóstico

Ainda que seja tardio, o diagnóstico é fundamental para uma vida de qualidade para autistas. Aliás, é isso que garante que essas pessoas tenham acesso ao tratamento adequado e, assim, assegurem-se de uma vida de autonomia e bem-estar. Entretanto, é muito importante que esse diagnóstico aconteça o mais cedo possível, até porque outros problemas podem surgir a partir dessa falta de resposta. Não são incomuns quadros de ansiedade e depressão quando a pessoa não entende as questões que têm e que só são respondidas pelo diagnóstico do TEA.

Por fim, é importante entender que dar de cara com esta condição como adulto não é o fim da vida, mas um certo tipo de começo. Ao ser feito o diagnóstico, você pode viver normalmente com o tratamento correto, aumentando sua sensação de bem-estar e melhorando quadros negativos de problemas de comunicação.


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