O coma pode ser um mistério para muitas pessoas. De algumas maneiras, até mesmo para médicos. Mas, antes de explicar os motivos disso, vamos entender melhor esta condição, que mantém a pessoa em um estado de sono profundo do qual ela não pode ser acordada. Nem mesmo estímulos dolorosos, sonoros ou visuais ajudam a acordá-la.
Um coma é definido, e diferenciado de outras condições, a partir de 6 horas de alteração do nível de consciência. Ou seja, se a pessoa não acordar ou mostrar qualquer sinal de despertar dentro deste período, os médicos podem começar a declarar o estado de coma.
Por que isso acontece?
As causas para um coma podem ser várias. As principais e mais perigosas são lesões que atingem o cérebro, como traumatismos (quando a pessoa bate a cabeça), AVCs, tumores e infecções cerebrais.
A condição também pode ter início a partir de causas metabólicas, como hipoglicemia (falta de glicose no sangue), hipóxia (falta de oxigênio, como acontece em casos de afogamento, por exemplo) e uso excessivo de substâncias — overdose, por exemplo, pode levar ao coma.
Riscos
A gravidade dos casos tem mais relação com a causa do coma do que ao estado em si. O coma, por si só, não é perigoso. Ou seja, um coma que foi causado inicialmente por hipoglicemia é muito mais tranquilo do que um que foi causado a partir de um traumatismo ou de um derrame. Nesses casos mais graves, o coma pode durar semanas e até mesmo meses, e o risco de morte do paciente é muito maior.
Avaliando o traumatismo
Nos casos em que há traumatismo, é necessário avaliar a gravidade da pancada. Por isso, é usada uma escala de coma, chamada de Glasgow. ELa avalia três itens: a capacidade de abertura dos olhos, a capacidade de fala e a resposta motora do corpo. Cada um dos itens é avaliado de 1 a 5 pontos, totalizando 15 pontos. Essa pontuação de 15 significa total consciência, enquanto que 3 encaixa-se no estado mais profundo de coma.
O coma é registrado quando o paciente encontra-se em um nível igual ou abaixo de 8. Acima deste valor, pode haver algum tipo de alteração na consciência da pessoa, mas isso não caracteriza um coma.
Como fica o cérebro durante o coma
De acordo com estudos médicos, é entendido que o cérebro não tenha atividade no córtex cerebral durante o estado de coma – esta é a área responsável pela consciência. Ou seja, a pessoa não percebe o ambiente, não sente dor e não tem percepção sobre si mesmo, quase como um sono profundo.
Entretanto, quando a pessoa acorda ela pode ter algumas recordações que só existem na sua mente. Há casos de pessoas que dizem ter sonhado com alguma coisa, ainda que sonhos não aconteçam durante o período de coma. Também há pacientes que dizem nem mesmo se lembrar de estar em coma – isto é mais comum.
Recuperação
A recuperação para um coma que foi causado por lesão cerebral normalmente é bastante lenta. Um acompanhamento multidisciplinar é fundamental, contando com auxílio de médicos e enfermeiros, além de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e outros. Dependendo da gravidade, o processo pode levar meses para que tudo volte ao normal, especialmente a parte da memória.
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